sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Amigo Secreto Virtual

A 5ª SÉRIE III, turma a qual sou conselheiro, estava desde novembro pedindo para que eu organizasse um amigo secreto para o final das aulas. Preocupado com a sensação de que muitos alunos não têm recursos para presentear o colega sugeri o amigo secreto virtual. Levei-os ao laboratório de informática para que pesquisassem cartões de Natal on-line para os colegas. Qual não foi minha surpresa ao ver que eles já estavam muito familiarizados com o ambiente informatizado!!!! Palmas para eles e "uuuuuuu" para o profe!

O futuro e a educação

O futuro é uma incógnita; mas, tratando-se de educação pode-se dizer que é uma incógnita com possibilidades de resolução, pois na educação,é mais fácil antecipar algumas perspectivas e avaliar: a educação será cada vez mais importante para as pessoas, as empresas e os países.

A educação, nosso ramo de atividade, será cada vez mais complexa, consequência de uma sociedade que vai se tornando mais complicada e exigente em diversos setores. Consequentamente , a aprendizagem deverá ser contínua e constante ao longo da vida, mais inclusiva, em todos os níveis e modalidades e em todas as atividades pessoais, profissionais e sociais.

A educação será mais complexa, porque vai incorporando dimensões antes menos integradas ou visíveis como as competências intelectuais, emocionais cada vez sai mais do espaço físico da sala de aula para muitos espaços presenciais e virtuais. Tende a modificar a figura do professor como centro da informação para incorporar o mediador, o facilitador, o gestor. Perderá o foco no professor para incorporar o conceito de que todos aprendemos juntos, de que a inteligência é mais e mais coletiva, com múltiplas fontes de informação.

A educação continuará na escola, mas se estenderá a todos os espaços sociais. As empresas, pressionadas pela competição e pela necessidade de atualização constante, cada vez mais se transformarão em organizações de aprendizagem e investirão na aprendizagem mediada por tecnologias .

As tecnologias na educação do futuro também se multiplicarão e se integrarão, se tornarão mais e mais audiovisuais, instantâneas e abrangentes. Caminhamos para formas fáceis de vermo-nos, ouvirmo-nos, falarmo-nos, escrevermo-nos a qualquer momento, de qualquer lugar, a custos progressivamente menores. Com as tecnologias cada vez mais rápidas e integradas, o conceito de presença e distância se altera profundamente e as formas de ensinar e aprender também.

As modalidades de cursos serão extremamente variadas, flexíveis e “customizadas”, isto é, adaptadas ao perfil e ao momento de cada aluno. Não se falará daqui a dez ou quinze anos em cursos presenciais e cursos à distância. Os cursos serão extremamente flexíveis no tempo, no espaço, na metodologia, na gestão de tecnologias, na avaliação. Acredito que prevalecerá o sistema modular: os alunos completarão créditos à medida que forem concluindo os seus cursos e suas escolhas, completando determinado número de horas, de atividades, de requisitos, obtendo diferentes níveis de reconhecimento ou certificação.

Infelizmente todos esses avanços tecnológicos continuarão privilegiando uma parte da população brasileira. A maior parte das escolas continuará repetindo fórmulas pedagógicas ultrapassadas, tendo acesso a poucos recursos tecnológicos, com professores mal remunerados e resultados comprometedores para o futuro profissional desses alunos. E como a educação será cada vez mais importante para a mudança da sociedade, acredito que a diferença entre os que têm acesso à educação de qualidade e à educação massificadora será difícil de reverter no horizonte dos próximos anos. Numa sociedade desigual não se pode esperar só da escola a igualdade.